Chuva

Uma xícara de café
num dia frio
eu, sozinho,
não perco a fé

fico ao som do jazz
curtindo a solidão
que não assusta mais
reencontrei meu chão

a chuva na janela
o pensamento voa
o trem corre à toa
enquanto eu amo

amo aquela mulher
que ainda não conheço
que não seja uma colher
já é um começo

cada troca de olhar
o rio chegando no mar
cada palavra dura
sem intenção, insegura

difícil ser eu mesmo
quando não sei quem sou
se tristeza do blues
ou alegria do soul

alma esta inquieta
que quando erra acerta
não acha o que procura
crê no amor sua cura

pareço estar fingindo
com tanta formalidade
nem mesmo sorrindo
existe naturalidade

ela sente tudo isso
mesmo como um ouriço
mas não dá pra negar
existe sim algo no ar

um problema clássico
não sei o que fazer
ou talvez saiba
não é o máximo?

8 Comentários

Arquivado em Poesia

8 Respostas para “Chuva

  1. Olá Robson,
    Voltei! E se voltei é porque não perco o meu tempo aqui. Pelo contrário: Enriqueço meu tempo, pois você tem muito a dizer e seus textos são muito ricos.
    Quanto aos poemas você transborda emoção e sentimento em tudo o que escreve.
    Não me acho poeta não… escrevo o que sinto. Meus ‘poemas’ são confissões, desabafos, uma exposição dos meus sentimentos mais secretos, dos meus medos, das minhas angustias… Mas a maioria das pessoas que por ventura lerem meus poemas não entenderão nada e pensarão que são só palavras. Acho que a ‘capa’ de poeta me protege.
    Enfim…
    Mas gosto de verdade do seus textos. São ricos. Você tem talento. E continue nos presenteando com seus textos.
    Sucesso e felicidade…Sempre!

    Abraços,
    Patricia

    ‘Chuva’ é um lindo poema que mostra o efeito de um dia de chuva em nossos corações… são as lágrimas da alma..

  2. Nossa, estive pensando sobre este negócio de “capa” estes dias. Acho que nós temos uma destas para cada situação do nosso cotidiano! “Capa” de mãe, “Capa” de esposa, “Capa” no emprego…e uma “Capa” pra falar de nós mesmos. Eu mesmo nunca falei sobre mim de maneira tão aberta como escrevo. Só não poderia imaginar que isso fosse comum – q outras pessoas o fizessem. Pq será que precisamos de “proteção” ao falar de nossos medos, angústias e etc.?

    abraço!
    Robson

  3. É isso Robson! Precisamos dessa ‘proteção’ diante de um mundo que se mostra cada vez mais cruel. São tantas as cobranças. É muito julgamento, pré julgamento, criticas, preconceitos etc.. [e como dói isso tudo]
    Então guardamos dentro da gente um mar de emoções e sentimentos. E eles precisam explodir de alguma forma. Eu faço isso escrevendo. Não consigo falar muito de mim ou do que estou sentindo. [São raras as pessoas com as quais desabafo]
    E escrever me ajuda muito nisso. Sejam os poemas, as cronicas, contos etc…
    Acredito que precisamos dessa ‘proteção’ porque já estamos tão feridos que temos medos de sofrer ainda mais.
    O papel e a caneta [no caso o teclado e o Word] não nos julgam e sim nos acolhem.
    O importante é colocar para fora o que sentimos. No fundo algumas pessoas nos compreenderão.
    Siga em frente sempre!
    Tudo passa um dia…

    Abraços,
    Patricia

  4. Eu escrevo algumas crônicas. Contos escrevi somente três.
    Não acho que eu seja boa neles. Sou muito emocional.
    Então… escrevo ‘poesias’.

    Patricia

  5. Eu tinha um site, mas como não sei trabalhar com isso e o senhor que fazia para mim adoeceu eu tirei o site do ar. E por não achar esses textos bons não coloco no BLOG. Também o Blog é realmente voltado para a poesia.
    A última cronica que escrevi foi uma critica a escolha do Rio de Janeiro para sediar as Olimpiadas [quase fui crucificada].
    Mas enviarei para seu e-mail um conto chamado ‘A Bandeja de Doces. Envio para esse e-mail do Yahoo que você tem aqui na pagina. Mas aviso: não sou boa nisso não…

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